Os alimentos que compramos no supermercado têm hoje em dia toda uma série de informações às quais nem sempre damos a devida importância. O seu valor nutritivo, o seu conteúdo em açúcares, o seu valor calórico e todos os componentes que vêm indicados nas etiquetas, não recebem ainda muita atenção por parte dos compradores, embora já haja algumas pessoas a verificar essa informação, antes de efetuarem a sua compra.
A verdade é que deveríamos, de facto, parar para ler um pouco as etiquetas daqueles alimentos que compramos com regularidade, para termos a certeza que não estamos a consumir alimentos com excesso de aditivos ou substâncias que prejudicam a nossa saúde e que, muitas vezes, podem facilmente ser substituídos por outros mais saudáveis.
Algumas das substâncias a que devemos dar atenção são os E’s. Estas substâncias, que vulgarmente designamos desta forma, são aditivos que se misturam na composição dos alimentos, com o objetivo de melhorar algumas das suas características, mas que podem, eventualmente, ser tóxicos ou desencadear alergias nos seus consumidores. Elas estão presentes em variadíssimos artigos, desde as conservas ou enlatados, bolos, guloseimas de uma forma geral, comida pré-cozinhada, produtos de charcutaria, refrigerantes e vários outros tipos de bebidas.
Os E’s são normalmente utilizados por razões técnicas e/ou comerciais e não costumam adicionar qualquer valor nutritivo aos alimentos. Existem centenas de substâncias como estas, com os seus diferentes propósitos, uns naturais, outros sintéticos e aparecem nos rótulos identificados com a letra E, seguida de um número que é efetivamente o que o vai identificar com o tipo de aditivo que representa. Os mais comuns agrupam-se, de uma forma geral, em:
Corantes (E100 – E180) – aqueles que se destinam a promover um aspeto mais atrativo ao produto, reforçando ou recuperando a sua cor original, por exemplo. Alguns alimentos, nomeadamente alguns frutos, ao serem conservados perdem a sua cor própria, o corante vai devolver-lhe a cor original, para que o consumidor o “reconheça” e se sinta impelido a comprar.
Conservantes (E200 – E285) – os que aumentam o tempo de prateleira dos artigos, impedindo a contaminação por micro organismos, ou seja aumentam o tempo de conservação do alimento, que, de outra forma, perderia qualidades e deixaria de poder ser consumido num período de tempo mais alargado.
Antioxidantes (E300 – E334) – os que aumentam o tempo de prateleira dos artigos, impedindo a sua oxidação (alteração de cor ou de aromas).
Emulsionantes, estabilizadores, espessantes e gelificantes (E400 – E495) – os que melhoram a textura de alguns artigos e a qualidade da sua cozedura.
Edulcorantes (E950 – E967, alguns estão também classificados na série 400) – os que substituem algumas substâncias de valor mais calórico, evitando, por exemplo, a adição de açúcar. São os chamados adoçantes, dos quais o mais conhecido será porventura o aspartamo.
Estas substâncias estão, naturalmente, sujeitas a uma regulação legal, por forma a não serem utilizadas em quantidades que possam prejudicar a saúde pública. No âmbito da UE, a entidade que regula essas quantidades é a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA). Mas, cada país pode ter as suas regulamentações mais específicas ou proibir simplesmente a sua utilização. No nosso país é disponibilizada informação sobre os aditivos alimentares no site da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
Portanto, não é necessário eliminarmos simplesmente da nossa alimentação todos os alimentos que contêm aditivos. Mas, como em tudo, devemos tentar manter algum equilíbrio e evitar o seu consumo excessivo, diminuindo a frequência desse tipo de alimentos, escolhendo aqueles que os contêm em menor quantidade e, sempre que possível, escolhendo e consumindo os alimentos no seu estado natural, não processados e não sujeitos a este tipo de substâncias pois esses são, com certeza, mais saudáveis.
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