Os oceanos constituem uma fonte de vida que esconde ainda muitos segredos e muitos tesouros. Nas profundezas dos mares há ainda muito por descobrir, apesar das corajosas explorações em que o Homem se tem aventurado.

Desde os tempos mais antigos que se faz uso de recursos extraídos do mar para benefício da nossa vida terrestre. Desde os primeiros tempos que dos oceanos retiramos alimento, retiramos fertilizantes, retiramos o prazer de um banho de mar… Isto já sem falar na importância dos oceanos para o ciclo da vida na Terra, tal como a conhecemos.

Com o desenvolvimento tecnológico, aguçado pela natural curiosidade do Homem em relação aos mistérios que se encerram nas águas mais profundas, aquelas onde não é fácil chegar sem o apoio de sofisticados equipamentos, descobriram-se outros recursos mais elaborados e surpreendentes dos quais podemos usufruir. Existem plantas, animais e micróbios marinhos, tanto nas camadas mais superficiais dos nossos oceanos como nas suas profundezas, que têm a capacidade de produzir substâncias químicas, que têm vindo a ser utilizadas na elaboração de fármacos, para o combate de problemas graves que afligem a humanidade, e de cosméticos, com os quais se obtêm resultados altamente satisfatórios.

Cada novo mergulho, cada nova exploração realizada pelos cientistas (com início na primeira metade do Séc. XX), traz a descoberto novas moléculas, novas plantas ou animais microscópicos e macroscópicos, novas reacções químicas, que se produzem em ambiente marinho, e novas utilizações possíveis para a riqueza que representam as águas oceânicas. Até à data já foram descobertos milhares e milhares de compostos que podem ter aplicação nas diversas áreas da nossa vida e da ciência. Mas muito mais estará por descobrir, dado que os limites da profundidade do mar estão longe de ser alcançados, embora se saiba, sem dúvida, que nos ecossistemas marinhos se concentra a maior diversidade filética do planeta, com um potencial biotecnológico, para já, ilimitado.

Na cosmética, para além da água do mar, utilizada para diversos fins, e das lamas, as algas são os organismos que, logo à partida, nos ocorrem à mente, quando falamos em aproveitamento de recursos nesse âmbito. E só neste campo, as variedades são tantas (algas verdes, algas castanhas, algas pardas, etc.) e são tantos os compostos que delas se extraem, que poderíamos dedicar-lhes um artigo muito, muito longo. No entanto, para além de algas e esponjas, a cosmética tem vindo a tirar o melhor partido das descobertas científicas e a fazer uso de um número crescente de ingredientes ativos de origem marinha, entre eles algumas glicoproteínas e termófilos, só para mencionar alguns.

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