A importância de uma alimentação equilibrada na nossa saúde e bem-estar já é sobejamente conhecida. Mas, sabemos o que é ou deve ser essa alimentação equilibrada? Temos a noção do que devemos ingerir diariamente para respeitar as regras da alimentação equilibrada, ou será que sabemos apenas o que não podemos comer, o que é proibido, o que nos faz mal?… A Roda dos Alimentos dá-nos a orientação necessária para sabermos o que podemos e devemos incluir na nossa alimentação e as proporções que cada grupo alimentar deve representar no nosso prato – e isso também é informação importante!
Em muitos países, a representação daquilo que deve ser a alimentação saudável assume, por exemplo, a forma de uma pirâmide, o que, de acordo com os nossos especialistas não é o mais correto, uma vez que hierarquiza os alimentos, dando a ideia que uns são mais importantes do que os outros. A Roda dos Alimentos, por outro lado, com a sua forma assemelhando-se a um prato, mostra os diversos grupos alimentares e as proporções que estes devem assumir na nossa alimentação diária.
Esta representação gráfica foi criada em 1977, no âmbito da Campanha de Educação Alimentar “Saber comer é saber viver” – uma campanha que procurou envolver todo o meio escolar, e pretendia servir como um instrumento didático, que, com uma imagem simples, mostrava informação nutricional importante e complexa e ajudava a escolher e combinar os alimentos que devem fazer parte da alimentação diária saudável.
A Roda original representava 5 grupos alimentares: o leite e seus derivados, a carne, peixe e ovos, os óleos e gorduras, os cereais e leguminosas e, por fim, as hortaliças, legumes e frutos.
Passados mais de 20 anos, a Roda foi atualizada. A evolução do conhecimento e a própria situação alimentar e novos hábitos de alimentação nacionais, conduziram a uma reestruturação da Roda dos Alimentos. O projecto foi neste caso desenvolvido ao abrigo do programa Saúde XXI, através de um protocolo entre a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto e o Instituto do Consumidor. Na nova Roda, alguns grupos foram subdivididos, tendo-se chegado assim a uma representação com 7 grupos alimentares, entre os quais se promovem valores culturais e sociais portugueses, com produtos como o macarrão, o óleo e as plantas hortícolas. A Roda indica as porções diárias equivalentes a cada grupo e, além disso, passou a incluir algo de extrema importância: a água, que surge exatamente no centro da Roda, tanto por ser comum a todos os alimentos como por ser um bem essencial à vida.
Os novos grupos representados são então: Cereais e derivados, tubérculos (28%), hortícolas (23%), fruta (20%), lacticínios (18%), carnes, pescado e ovos (5%), leguminosas (4%) e gorduras e óleos (2%).
Entretanto, temos também a Roda da Alimentação Mediterrânica, uma representação gráfica que vem complementar a nova Roda dos Alimentos, tendo sido igualmente concebida pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto com o apoio da Direção-Geral do Consumidor. Este é um complemento muito importante, na medida em que a Dieta Mediterrânica foi definida como património cultural imaterial da humanidade, pela UNESCO, tendo-se assim reconhecido a sua relevância e benefícios para a saúde, qualidade de vida e sentimento de comunidade, entre outros valores considerados por aquela entidade.
A alimentação saudável e equilibrada é cada vez mais considerada como a base para a saúde e equilíbrio da humanidade e da sociedade em geral, dado que influencia não só o aspeto físico do individuo, como também o seu aspeto psicológico e intelectual. Por isso, não deixe de consultar este instrumento que foi tão cuidadosamente concebido para nos orientar e que nos dá dicas tão importantes para o dia-a-dia do nosso prato.
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