As plantas e as ervas aromáticas já fazem tradicionalmente parte da cozinha portuguesa e da cozinha mediterrânica, de uma forma geral.
Uma das utilizações mais comuns é em chás e tisanas, área em que encontramos uma variedade enorme e com efeitos comprovados na resolução de alguns problemas de saúde, mais ou menos ligeiros.
Por outro lado, temos as ervas aromáticas que servem para temperar, dar gosto, ou até só emprestar colorido aos nossos pratos. Nesse aspeto, a cozinha da zona sul do nosso país é extremamente rica e quase todos os pratos tipicos são confecionados com algum tipo de erva: salsa, hortelã, oregãos, coentros…
Entretanto, é interessante descobrir que existem algumas ervas/plantas que podemos utilizar para substituir de forma total e permanente, alguns ingredientes nocivos que utilizamos diariamente na nossa alimentação e que tendem a causar problemas à nossa saúde. Falamos, nomeadamente do sal e do açúcar.
O uso do sal é ainda um dos fatores que influencia mais negativamente os nossos hábitos alimentares, uma vez que um grande número de pessoas tem tendência a “carregar no sal” quando confeciona as suas refeições. Isto faz com que sejam frequentes problemas de pressão arterial alta, que leva à hipertensão, retenção de liquidos, problemas nos rins, noites mal dormidas… entre outros.
No entanto, ele pode ser substituido, na totalidade ou quase na totalidade, por uma série de plantas que vão realçar o sabor dos alimentos e permitir a redução do teor de sal. Entre elas podemos mencionar a cebola e o alho, o alecrim, o cominho, o louro e a pimenta. Uma outra planta, bem menos conhecida, mas na qual algumas empresas começam a apostar, é a salicórnia – uma planta que cresce naturalmente nos ambientes salinos, nomeadamente na zona de Aveiro, outrora considerada uma praga nestes locais, mas da qual se acabaram por reconhecer as vantagens e possibilidades de utilização como substituta do sal, precisamente.
É tudo uma questão de se investigar um bocadinho, de se ser criativo na cozinha, de se fazer a combinação destes ingredientes, e podemos obter excelentes resultados no que diz respeito ao sabor da comida e à melhoria da nossa saúde, ou na prevenção dela.
No que diz respeito ao açúcar, outro vicio a que poucos escapam, ele já se nos apresenta em quantidade suficiente e natural em alguns alimentos: nas frutas, nos legumes, nos cereais… E por aí nos deviamos ficar. A utilização de açúcar em excesso, eleva a glicose no nosso sangue, dificulta os processos metabólicos, quebra as moléculas de colagéno, aumenta a celulite, engorda…
É importante saber, além disso, sobre o açúcar, que quanto mais claro e fino ele seja, menos bem nos faz, porque para chegar a esse ponto, ele passou por um processo de refinamento em que se utilizam aditivos químicos e lhe é retirado o seu valor nutricional. Se vamos utilizar açúcar, então o melhor será usar o açúcar em bruto, o mais escuro – o chamado açúcar mascavado, que está mais próximo do seu estado natural e que mantém, por isso, o seu valor em cálcio, ferro e sais minerais. Não deixando, no entanto, de ser altamente calórico!
Assim, mais uma vez, podemos recorrer a outras soluções para confecionar os nossos doces. A stévia, talvez um dos substitutos naturais do açúcar mais conhecido, é uma planta oriunda da América do sul que é usada tanto para fins medicinais como para servir de adoçante e é cerca de 200 – 300 vezes mais doce que o açúcar. Outra opção, menos conhecida, mas muito válida é o extrato de ágave (planta de origem mexicana, parecida com um cato). Além destas plantas, pode obter-se adoçante natural também a partir da seiva de alguns frutos, como o coco, por exemplo. E temos sempre o mel, que pode substituir o açúcar em muitas situações, mas do qual também não se pode abusar, por ser extremamente calórico.
Ou seja, não precisamos de abdicar dos doces, que nos ajudam a relaxar o corpo e a mente… o que precisamos é de explorar formas mais saudáveis de usufruir do lado doce da vida!
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